A Sociedade Catarinense de Proctologia, em parceria com o capítulo Catarinense da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva e várias clínicas médicas de Florianópolis estão engajadas na campanha cujo o principal objetivo é alertar a população sobre a importância o diagnóstico precoce do câncer de intestino e reto (câncer colo-retal – CCR).
Estima-se que em 2016 o CCR foi segundo tumor mais incidente em mulheres no Brasil (17.620 casos), perdendo apenas para câncer de mama. Em homens é a terceira causa de câncer (16.660 casos)
Segundo o Instituto Nacional do Câncer, as taxas de incidência são maiores nas regiões Sul do Brasil. Uma das explicações para este aumento é que tradicionalmente há o predomínio do consumo de carnes vermelhas e gordurosas.
Uma das melhores maneiras de se fazer a prevenção é através da polipectomia (retirada de pólipos – lesões pré-cancerígenas) procedimento realizado através de uma colonoscopia. Este exame traduz-se no mais completo procedimento de screening, pois permite avaliação de todo intestino através de uma câmera. A realização do exame mostra significante impacto, com estimativa de > 50% da redução de incidência de câncer e também da mortalidade.
Cerca de 90% dos pacientes com doença inicial estão vivos em 5 anos. Essa porcentagem diminui à medida que o diagnóstico é feito em estágios mais avançados, chegando apenas a 13% para aqueles com doença a distância (como no fígado e pulmões). Pacientes diagnosticados precocemente não necessitam de tratamentos mais intensos, como radioterapia e quimioterapia, por exemplo.
Sobre o screening, de maneira geral, o que se indica é a realização da colonoscopia na população que está sob maior risco, as pessoas com mais de 50 anos. Há outros fatores de risco individuais como história familiar de câncer, presença de doenças inflamatórias intestinais e/ou mutações genéticas e obesidade. Nesses casos, pode-se ter a indicação mais precoce do exame, mas tais fatores devem ser avaliados individualmente em consultas.
* Maria Cecília de Lucena Araujo (CRM 15594) é médica especialista em Cancerologia Clínica e membro do corpo clínico de Oncologistas do CEPON e da Viver Clínica Médica, em Florianópolis. A médica é uma das profissionais engajadas na campanha Setembro Verde em Santa Catarina.