A EPAGRI/CIRAM e a SDC colaboram nas atualizações mais recentes sobre as condições do fenômeno La Niña. Desde o mês de julho vem sendo observado o resfriamento na região equatorial do Oceano Pacífico, entretanto, nas últimas semanas do mês de dezembro este resfriamento foi intensificado e ocorreu uma queda abrupta das temperaturas.
De acordo com o monitoramento da NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA), as anomalias de temperatura registraram valores de 0,7°C abaixo da média.
Para que a La Niña se concretize, é necessário que este resfriamento se mantenha abaixo do limiar de -0,5°C, o que já foi atingido. No entanto, é preciso que estas temperaturas mais baixas se mantenham nos próximos meses.
Os modelos climáticos sugerem que esta condição persista até o trimestre de fevereiro até abril de 2025, com o retorno da normalidade logo em seguida. Contudo, não há consenso entre os modelos sobre a permanência das temperaturas baixas por esse período, e a condição pode não atingir o limiar necessário.
Independentemente de a La Niña se confirmar, tudo indica que será de fraca intensidade e curta duração, a atmosfera deve reagir a esses efeitos nos próximos meses. Embora os impactos tradicionais de La Niña sejam menos prováveis, ainda são esperadas influências nas condições climáticas no decorrer do verão e início do outono, com chuvas irregulares e tendência de acumulados próximos e até abaixo da média, em especial no Grande Oeste catarinense.
Nota-se, conforme os dados do Índice Integrado de Secas disponibilizado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres – CEMADEN, que leva em consideração a precipitação, a vegetação e a umidade do solo, no mês de dezembro, que principalmente nas regiões do Oeste e Planalto Sul, os municípios apresentam situação de seca fraca a moderada. Esta situação é reflexo dos acumulados de precipitação irregulares no segundo semestre de 2024, quando foram observados alguns meses de precipitação abaixo da média climatológica.