A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou hoje que deixou o Brasil, está em Portugal e vai pedir afastamento do cargo. “Estou fora do Brasil há alguns dias”, disse a deputada, em entrevista para a rádio bolsonarista Auriverde.
Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão pela Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) em maio e também à perda do mandato. A deputada foi acusada de invadir os sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Viagem não é considerada fuga, pois não havia mandado de prisão. A deputada estava com seu passaporte em mãos — em agosto de 2023, o ministro Alexandre de Moraes determinou a apreensão do documento, mas ele já tinha sido devolvido.
Zambelli afirmou que saiu do Brasil para fazer tratamento médico, mas que vai pedir licença do mandato de deputada. “Agora vou pedir para me afastar do cargo, tem essa possibilidade na Constituição e passo a não receber mais salário. O gabinete passa a ser ocupado pelo meu suplente”, explicou.
“Vou me basear na Europa, tenho cidadania europeia”, disse. Ela ainda negou que esteja abandonando o país. “Gostaria de deixar evidente que não é um abandono do país. Muito pelo contrário, é resistir, é continuar falando o que eu quero falar”, declarou.
Defesa afirmou ao UOL que não há impedimento para que Zambelli deixe o Brasil, mesmo condenada. No fim de maio, a equipe jurídica da parlamentar recorreu contra a sentença do STF e pediu a absolvição da deputada. Os advogados alegam que houve cerceamento de defesa pela falta de acesso a todas as provas produzidas durante a investigação.
A deputada anunciou na sexta que transferiu seus perfis nas redes sociais para a mãe, Rita Zambelli, e que pretende lançá-la na política. A parlamentar disse na ocasião que existe um “cenário de perseguição” contra ela no Brasil.