Os cálculos do valor necessário para a conclusão do prédio da nova sede do Poder Legislativo de Biguaçu, feitos pela Oliveira Prazeres Engenharia, apontam que o valor real para o término da obra é de R$ 2,665 milhões – bem menos do que os quase R$ 5 mi pedidos pela empresa que tem o contrato para fazer a empreitada. O presidente da Câmara, Ângelo Ramos Vieira (PSD), informou ao Biguá News que recebeu o laudo em mãos e vai chamar a construtora para a mesa de negociação, visto que há uma discrepância entre o preço que é argumentado por ela e o que fora apresentado pela consultoria.
A obra de seis pavimentos está parada há quatro anos. Iniciada em 2010, a construção travou em agosto de 2013, por falta de recursos. Inicialmente o orçamento era de R$ 3 mi. Conforme Ângelo, a empreiteira aduz que são necessários mais R$ 4,8 mi para concluir o edifício de uma só vez (com pagamento à vista), ou cerca de R$ 5,2 mi para ir terminando por partes, começando do térreo e ir entregando os andares superiores conforme o pagamento fosse sendo feito em parcelas.
“Vamos conversar com a construtora para que ela se manifeste com relação a esses cálculos feitos por essa empresa de engenharia a pedido da Câmara. Após isso nós vamos nos reunir com o prefeito Ramon Wollinger para avaliar as medidas que podem ser tomadas, uma vez que é o Poder Executivo quem tem capacidade financeira para terminar o prédio. Mas o importante é dizer à sociedade que essa Mesa Diretora está buscando os meios de solucionar esse impasse, que já dura quatro anos”, comenta Ângelo.
Na avaliação do presidente da Casa de Leis, foi importante ter licitado e contratado a consultoria de engenharia para fazer os estudos dos custos, pois isso dá embasamento jurídico para uma eventual ruptura de contrato e o lançamento de uma nova licitação. Vieira pontua que praticamente todos os vereadores concordam que os quase R$ 5 milhões pedidos pela atual empreiteira estava muito além do imaginado. Agora, com esse laudo, Ângelo cria um “fato novo”, pois são engenheiros que estão dizendo qual é o valor necessário para findar a sede.
Economia com alugueis
Atualmente, a Câmara de Biguaçu paga cerca de R$ 15 mil por mês de aluguel. Por ano são quase R$ 180 mil. Em uma legislatura (quatro anos) são mais de R$ 700 mil que podem economizados. E não para por aí. Como a nova sede está sendo feita em tamanho superior às necessidades do legislativo, o prédio poderia ser usado também para abrigar secretarias do Poder Executivo. Estima-se que isso iria gerar uma economia milionária a cada mandato de quatro anos, valor superior a R$ 2 mi – juntando os alugueis pagos pelo Executivo e o Legislativo.
Valor de mercado
O laudo feito pela consultoria também avaliou o valor de mercado do prédio da Câmara. Conforme a Oliveira Prazeres Engenharia, se fosse para vender a estrutura como ela está, sem acabar, a negociação poderia ocorrer na casa dos R$ 7,5 mi. Contudo, os engenheiros mensuram que, após a futura sede da Casa de Leis ser terminada, o patamar para uma eventual venda subiria para R$ 11,1 mi.
Nos últimos dias, a Câmara biguaçuense recebeu uma sondagem do Ministério Público de Santa Catarina, que demonstrou interesse em avaliar o prédio para uma eventual oferta de proposta para aquisição.