O superintendente de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Grande Florianópolis, Cassio Taniguchi, ex-prefeito de Curitiba, apresentou, nesta segunda-feira à noite, em Biguaçu, o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis (Plamus). Ele fez uma palestra sobre o tema, a convite do presidente da Associação dos Moradores do Centro de Biguaçu (Amcebi), Hermes de Azevedo.
Taniguchi detalhou os objetivos do Plamus, informou em qual etapa se encontra o projeto e como as principais cidades da região metropolitana – incluindo Biguaçu – serão beneficiadas com as mudanças previstas, sobretudo no transporte coletivo. O ex-prefeito de Curituba – cidade modelo no país quando o tema é mobilidade urbana – explicou os motivos de ser escolhido o BRT (Bus Rapid Transit) para ser implantado na Grande Florianópolis. O BRT é um sistema viário com faixas exclusivas para ônibus. Assim, os coletivos chegam mais rápido aos seus destinos.
“Avaliando os modais, entre eles o VLT e o Monotrilho, chegou-se à conclusão de que o modo mais econômico, que dará mais resultado e que pode ser implantado a curto prazo, é o BRT. Atualmente estamos na fase de detalhamento do Plamus, pegando a parte mais carregada no ponto de vista do número de passageiros, que é a Via Expressa, as pontes e interligando com o anel viário no entorno do Morro da Cruz, e fazendo parcerias público-privadas, dada a falta de recursos no âmbito federal e estadual”, disse, ao Biguá News.
Taniguchi mensurou que o investimento global para colocar o BRT, atendendo Biguaçu, Palhoça, São José e Florianópolis (indo até o bairro dos Ingleses) gira acima de R$ 2 bilhões. “Obviamente que esse dinheiro, hoje, não existe. Então, vamos colocar aquilo que é possível, com a primeira etapa em torno de R$ 800 milhões, sendo que a iniciativa privada entra com a metade. O poder público tem que alavancar a outra parte. Mas, pelo menos, após implantado, isso já dará uma visão de como o sistema BRT vai melhorar o transporte público aqui na região metropolitana”.
Essa primeira etapa contemplaria um terminal do BRT em Biguaçu, outro em Palhoça, com terminais de embarque e desembarque de passageiros ao longo da BR-101, e faixa exclusiva para os ônibus na Via Expressa. Isso poderá diminuir, por exemplo, o tempo de viagem do centro de Biguaçu até o Ticen – que hoje é de 50 minutos – para cerca de 30 minutos.
A presidente da Associação Empresarial e Cultural de Biguaçu (Acibig) e também do Conselho Metropolitano de Desenvolvimento da Grande Florianópolis (Comdes), Sandra Molinaro, avaliou de forma positiva os detalhes fornecidos pelo superintendente. “O Plamus é um projeto ainda, mas sempre é surpreendente ver como esse plano poderá melhorar a mobilidade urbana. O projeto também é muito interessante, pois sugere orientações de como deve ser feito o uso dos espaços, para determinar a densidade urbana e fortalecer a economia dos municípios. Nesse contexto, Biguaçu pode ser beneficiada como polo logístico, pois existem áreas disponíveis para isso, nosso plano diretor é moderno, e o município ficará em meio à BR-101 e a alça de contorno que está sendo construída”, comentou.
O ex-superintendente do Dnit em Santa Catarina e ex-vice-prefeito de Biguaçu, João José, também acompanhou a palestra e disse que as explicações de Taniguchi foram importantes para esclarecer o que se pretende fazer para desafogar o trânsito na região. “A mobilidade urbana é um grande problema para as cidades da região metropolitana. Mas creio que as intervenções que estão sendo feitas, como o contorno viário, e as que estão por vir, como a proposta para a Via Expressa, vão ajudar a diminuir esse caos que é hoje”.
O presidente da Amcebi também gostou da palestra e disse que a associação vai continuar trazendo ao debate temas que impactam diretamente a vida dos moradores de Biguaçu, sobretudo aqueles que residem na região central. “Agora estamos nos acertos finais com os próximos palestrantes, que vão tratar sobre os terrenos de Marinha. Estou conversando para trazer o deputado federal Esperidião Amin, que vai abordar a parte política desse problema em Brasília, e também alguém da parte técnica do patrimônio da União, para falar em nome do governo, para ouvirmos os dois lados”, comentou Hermes de Azevedo.